segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dependentes de álcool e drogas terão moradias subsidiadas


Agência Câmara de Notícias
A psiquiatra Cecília Marques sugeriu a proibição da propaganda de bebidas.
O coordenador de Saúde Mental e Álcool do Ministério da Saúde, Roberto Kinoshita, disse nesta terça-feira, em audiência pública na Câmara, que alcoólatras e outros dependentes químicos receberão ajuda do governo para largar o vício. Segundo ele, o grupo interministerial encarregado de definir ações nesse sentido apresentará, nos próximos meses, ações concretas para que essas pessoas não só tenham acompanhamento médico e psicológico, mas sejam inseridas na comunidade por meio de moradia social — subsidiada pelo governo — e sejam capacitadas a trabalhar e ter uma renda.
Kinoshita participou de audiência da comissão especial da Câmara que analisa as causas e consequências do consumo abusivo do álcool. Aproximadamente 10% da população brasileira são dependentes de bebidas em estágio avançado e sofrem de doenças causadas pelo exagero no consumo do álcool, conforme informação destacada durante a audiência.
O relator da comissão, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), manifestou preocupação com a estatística. "Ou seja, numa cidade como São Paulo duas milhões de pessoas já estão na fase aguda dessa doença. E o tratamento? Quem precisa de uma vaga para internar um doente de alcoolismo no País não acha em lugar nenhum, só em estabelecimento privado — e custa caro. Então, o Estado não dá conta disso”, lamentou Macris.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está na lista de países com aumento do uso excessivo de bebidas alcoólicas. Além disso, de acordo com a última pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, entre estudantes dos ensinos fundamental e médio de dez capitais brasileiras essas bebidas são consumidas por mais de 65% dos entrevistados.
Medidas
Para reverter esse quadro, a psiquiatra e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Ana Cecília Marques sugeriu, durante a audiência na Câmara, caminhos a serem seguidos. Ela defendeu o aumento do preço das bebidas, a criação de mais taxas e impostos sobre esses produtos e a proibição da propaganda, a exemplo do que já foi feito com os cigarros.
Ela também sugeriu o aumento da idade mínima para o consumo de bebidas alcoólicas de 18 para 21 anos, e uma ordem para que bares fechem as portas mais cedo.
A psiquiatra criticou a campanha do "amigo da vez" — aquele que fica sem ingerir álcool e dirige para os amigos que beberem: "Considero 'zero' o motorista da vez, porque só ele se salva. Os outros no carro estão todos intoxicados, com impactos sobre si mesmos e muitas vezes em casa, porque produzem violência e outros problemas."
Debates
A comissão especial sobre o consumo abusivo de álcool vai realizar conferências para debater o tema em cada região do País. Haverá reuniões em São Paulo (SP), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Belém (PA). A primeira conferência regional acontecerá em 30 de junho na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.
O debate foi proposto pelo deputado Marcelo Aguiar (PSC-SP), e o presidente da comissão é o deputado Geraldo Resende (PMDB-MS).
Reportagem – Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – João Pitella Junior

Estudo da depressão enfatiza o passado

 
" É interessante como pesquisas científicas confirmam aquilo que Deus nos ensina a fazer. Como o caso abaixo descrito que fala como o Testemunho do que Deus fez em nossa vida colabora para a Saúde física e mental. Quando não generalizamos acontecimentos ruins de nossas vidas e lembramos delas até com desdém, estamos contribuindo para a cicatrização dos traumas" 
 Pr Antonio.
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Seg, 18 de Julho de 2011 10:41
Folha de São Paulo - SAÚDE & BOA FORMA
Por ALASTAIR GEE
OXFORD, Inglaterra - Estudos da memória estão dando aos cientistas novas visões da depressão. Em um estudo da depressão feito na Universidade de Oxford, os participantes receberam uma palavra "pista" e tiveram 30 segundos para narrar uma memória específica, ou seja, um acontecimento que durou menos de um dia.
Quando sugeriram a palavra "rejeitado", um participante respondeu: "Algumas semanas atrás, eu tive uma reunião com meu chefe, e minhas ideias foram rejeitadas". Outro disse: "Meus irmãos estão sempre falando em sair de férias sem mim".
A segunda resposta estava errada -não é específica e refere-se a algo que ocorreu em diversas ocasiões. O fenômeno é chamado de memória supergeneralizada, uma tendência a lembrar acontecimentos passados de forma vaga e genérica. "É um fator de vulnerabilidade para reações contraproducentes quando as coisas dão errado na vida", disse Mark Williams, o psicólogo clínico que chefia as pesquisas de Oxford.

Esquecer um pouco é essencial. "Quando você tenta lembrar onde estacionou o carro no supermercado, seria um desastre se viessem a sua mente as outras vezes que estacionou no supermercado", disse Martin Conway, um psicólogo cognitivo da Universidade de Leeds, na Inglaterra. Mas uma tendência crônica a eliminar detalhes está ligada a episódios mais longos e intensos de depressão.
Estudos com milhares de adolescentes tentam determinar se os que têm memória supergeneralizada apresentam maior probabilidade de desenvolver depressão. Nesse caso, uma característica aparentemente inócua da memória pode ajudar a prever se uma pessoa sofrerá doença mental.
"Com base em tudo o que sabemos sobre especificidade da memória e depressão, existe uma boa probabilidade de encontrarmos esses efeitos", disse Dirk Hermans, psicólogo da Universidade de Leuven, na Bélgica, que colabora com o doutor Williams.
O doutor Williams induziu um estilo supergeneralizado em participantes de um estudo, treinando-os para lembrar tipos de acontecimentos ("quando eu dirijo para o trabalho"), mais que ocasiões específicas ("quando eu dirigi para o trabalho no último sábado"). Ele descobriu que, de repente, eles ficavam menos capazes de solucionar problemas, o que sugere que a memória supergeneralizada é capaz de produzir um sintoma da depressão.
E um trabalho incomum sugere que a memória supergeneralizada é um fator de risco para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul em Sydney, Austrália, avaliaram 46 bombeiros durante treinamento e novamente quatro anos depois, quando todos tinham experimentado acontecimentos traumáticos como ver colegas feridos ou mortos. Os que não conseguiam lembrar o passado em detalhes específicos durante a primeira avaliação tinham muito maior probabilidade de ter desenvolvido o transtorno na segunda.
Geralmente, a memória começa enfocando uma descrição geral ("jogando bola com meu irmão") e depois se estreita para um evento específico ("no último Natal"). Alguns param de procurar no nível da generalidade, porém.
Essa pode ser uma maneira útil de bloquear memórias traumáticas. A supergeneralização predomina entre os adolescentes bósnios e sérvios, que foram expostos à guerra. Mas os problemas podem surgir quando a supergeneralização se torna inflexível.
Sem memórias detalhadas em que se basear, pode parecer impossível evitar um humor sombrio. "Se você está infeliz e quer ser feliz, é bom ter memórias que você possa percorrer para encontrar soluções específicas", disse o doutor Williams. "É como uma rede de segurança."
Pesquisadores espanhóis relataram que pacientes idosos demonstravam menos sintomas de depressão depois de praticar técnicas para recuperar memórias detalhadas. Com a depressão, "precisamos aumentar os instrumentos em nossa bagagem", disse Susan Mineka, psicóloga que trabalha em um estudo da Universidade Northwestern em Illinois e da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
O doutor Williams descobriu que a especificidade pode ser aumentada com treinamento de atenção, uma forma de meditação que combate tipos de depressão. Os sujeitos aprendem a enfocar experiências discriminadas e aceitar os pensamentos negativos.
"Eu sempre tentei esquecer o passado, o passado muito ruim que me deprimiu quando meu marido morreu", disse Carol Cattley, 76, que participou de um desses cursos. "Hoje, estou muito mais interessada nele."

domingo, 3 de julho de 2011

Comunidades Terapêuticas integrarão rede pública para tratar dependentes químicos

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Por Dr. Ronaldo Laranjeira   
Ter, 28 de Junho de 2011 18:21
Presidenta Dilma Rousseff reuniu integrantes de comunidades terapêuticas no Palácio do Planalto.
A presidenta Dilma Roussef determinou a constituição de um grupo de trabalho sob liderança da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para preparar legislação que permita a inclusão de comunidades terapêuticas no atendimento aos cidadãos dependentes de substâncias químicas. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (22/6), durante reunião com representantes destas entidades ocorrida no Palácio do Planalto. De acordo com pastor Wellington Vieira, que preside a Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb), existem no país cerca de 3 mil comunidades que cuidam de aproximadamente 60 mil dependentes químicos.
“Estas entidades atendem atualmente cerca de 80% das pessoas que estão em tratamento”, disse o pastor Vieira.

A titular da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Paulina Duarte, informou que a reunião atende pedido da presidenta Dilma com o objetivo de conhecer o trabalho desenvolvido pelas comunidades. A partir deste momento será estabelecido programa que vai incluir as entidades na rede pública para tratamento de dependentes químicos. Assim estas comunidades passam a receber recursos públicos para prestar o serviço.
Numa outra frente, segundo a secretária, o grupo de trabalho vai reformular uma resolução da Anvisa, editada em 2002, para incluir mecanismos permitindo esta participação das comunidades terapêuticas. “A resolução será revista e revisada integralmente”, disse Paulina.
Experiência pioneira – Integrante do grupo de representantes de comunidades terapêuticas recebido pela presidenta Dilma Rousseff, o prefeito de Cachoeirinha (RS), Vicente da Cunha, classificou como “muito elogiável” a iniciativa da presidenta de convocar a reunião. Ex-dependente químico e há 15 anos de “cara limpa”, como define, Vicente acredita que o interesse da presidenta em incluir as comunidades terapêuticas em um programa nacional de saúde que será lançado em breve demonstra que o governo federal “chama para si” a responsabilidade pelo tratamento das pessoas dependentes de drogas.
Cachoeirinha, integrante da região metropolitana de Porto Alegre (RS), é o primeiro município a contar com uma comunidade terapêutica pública (CTP), a Reviver. Administrada pela prefeitura da cidade, a CTP começou a funcionar em abril deste ano e atende 30 homens dependentes de drogas.
“A iniciativa da presidente é muito elogiável ao ponto de que chama para si a responsabilidade, para o governo federal, na sua presença, com os ministros da Casa Civil, da Saúde e da Justiça (…), de combater essa grande chaga social, que é o álcool e as drogas.”

GAUF - Grupo de Apoio aos Usuários e Familiares